quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Arte colonial de Ouro Preto
As igrejas são as principais atrações turísticas de Ouro Preto. Mais do que templos religiosos, elas são verdadeiros templos da arte colonial do Brasil. Seus altares, quase sempre banhados a ouro, são exemplos clássicos do rococó, e suas esculturas, trabalhadas por importantes artistas da época, como Aleijadinho, são consideradas obras-primas do barroco brasileiro.
Arte no Brasil Colonial
Artesãos como o tirolês Johann Traer, influenciado pelo barroco europeu, fazem objetos e móveis sacros, em Belém (PA). A pintura jesuítica se inicia em 1587, com a chegada do frei Belchior Paulo, seguido depois por pintores jesuítas ou beneditinos encarregados de adornar as igrejas: Domingos da Conceição, Agostinho da Piedade e Agostinho de Jesus.
Holandeses - Com a invasão holandesa em 1637, chegam ao Recife pintores como Frans Post e Albert Eckhout, que influenciam artistas brasileiros como João dos Santos Simões. Com a intenção de documentar a fauna e a flora e as paisagens brasileiras, Eckhout e sobretudo Post realizam um trabalho de alta qualidade artística. Post, em suas paisagens, mostra senso de composição aprimorado ao captar a horizontalidade do relevo litorâneo brasileiro.
Frans Post (1612?-1680?), pintor holandês. Vem ao Brasil durante a dominação de Mauricio de Nassau, em Pernambuco. Permanece de 1637 a 1644, documentando paisagens e espécimes naturais do país. Esse período é a melhor fase de sua carreira. Influencia diversas gerações de paisagistas brasileiros.
Arte nas Minas Gerais
A mais famosa dessas "escolas", entretanto, é a escola mineira, extremamente valorizada pela sua originalidade.
O ciclo da mineração possibilitou a concentração de riquezas em Minas Gerais e a transformação de algumas cidades mineiras em verdadeiros centros urbanos da colônia.
A primeira pintura de teto em Minas Gerais é realizada por Antônio Rodrigues Belo, em 1755, na capela-mor da matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo. A partir de então Minas avança como ativo centro artístico nacional.
O estilo dos artistas mineiros de então era o barroco com forte presença do rococó, sem contudo deixar de lado as formas brasileira.
O escultor Aleijadinho, um dos principais nomes de nossa arte, talvez seja o nome mais conhecido dessa escola.
Na pintura destaca-se principalmente Manuel da Costa Ataíde. Outros pintores mineiros do período foram Manuel Rebelo e Souza e Bernardo Pires, João Nepomuceno Correia e Castro, entre outros.
Ainda no século XVIII, fora desses centros, destaca-se João de Deus Sepúlveda com sua pintura "São Pedro Abençoando o Mundo Católico", em Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos.
Em 1800 há a primeira iniciativa de ensino de arte no país com a Aula Pública de Desenho e Figura, no Rio de Janeiro e seu regente, Manuel de Oliveira.
A arte Regionalizada
No Século 18, a pintura tem maior desenvolvimento, principalmente devido à concentração de artistas em centros que então se desenvolviam, como Rio de Janeiro, Salvador e Vila Rica (atual Ouro Preto).
A partir de então pode-se falar em escolas distintas no país, como a fluminense, com pintores como José de Oliveira Rosa, Leandro Joaquim, com seus retratos e representações da cidade do Rio de Janeiro e Manuel da Cunha, com suas pinturas religiosas e retratos.
Ainda no Rio de Janeiro, em 1732, Caetano da Costa Coelho começa a realizar na Capela-Mor da Igreja da Ordem 3ª de São Francisco da Penitência aquela que seria a primeira pintura perspectivista do Brasil.
Em Salvador, na então escola baiana do Século 18, vivia-se a transição do barroco ao rococó e nela eram típicas principalmente pinturas de perspectiva ilusionista.
Destacam-se nesse período, José Joaquim da Rocha, como teto da Igreja de N. Senhora da Conceição da Praia, considerada uma das obras-primas da pintura barroca brasileira (1773).
Arte no Brasil Colônia
No Brasil colonial a arte em geral girava em torno da Igreja Católica e dos cultos religiosos.
É bem conhecida a presença, no Brasil, de religiosos europeus, como os jesuítas, franciscanos e beneditinos, os quais vieram ao país para catequizar seus habitantes.
Alguns deles tinham experiência em pintura, escultura e arquitetura, adquirida no velho continente. Foram eles os primeiros a realizar obras artísticas no país e a recrutar artesãos e artífices para a decoração de suas construções.
Os artistas do período costumavam ser auto-didatas ou então eram orientados por esses religiosos, nos moldes da tradição ibérica.
Com esse esforço, a pintura começa a aparecer nas construções nordestinas, principalmente em Salvador, cidade que era na época a sede do Governo.
Diferentes técnicas das Taipas
Elas podem ser feitas com técnicas diferentes:
A taipa de pilão, de origem árabe, consiste em comprimir a terra em formas de madeira, formando um caixão, onde o material a ser socado ia disposto em camadas de 15 cm aproximadamente. Essas camadas reduziam-se a metade após o piloamento. Quando a terra pilada atingia mais ou menos 2/3 da altura do taipal, eram nela introduzidas transversalmente, pequenos paus roliços envolvidos em folhas, geralmente de bananeiras, produzindo orifícios cilíndricos denominados cabodás que permitiam o ancoramento do taipal em nova posição. Essa técnica é usada para formar as paredes externas e nas internas estruturais, sobrecarregadas com pavimento superior ou com madeiramento do telhado.
A taipa de mão ou pau-a-pique que caracterizam-se por uma trama de paus verticais e horizontais, eqüidistantes, e alternadamente dispostos. Essa trama era fixada verticalmente na estrutura do edifício e tinha seus vãos preenchidos com barro, atirado por duas pessoas simultaneamente uma de cada lado. A taipa de mão geralmente é utilizada nas paredes internas da construção.
Taipa
Algumas das principais construções de taipas:
Muralha ao redor de Salvador, construída por Tomé de Sousa; Igreja Matriz de Cananéia; Vila inteira de São Vicente, destruída por um maremoto e reconstruída entre 1542 e 1545; Engenhos de cana-de-açúcar; e Casa da Companhia de Jesus, que deu origem à cidade de São Paulo.
TAIPA
Construção feita de varas, galhos, cipós entrelaçados e cobertos com barro. Para que o barro tivesse maior consistência a melhor resistência à chuva, ele era misturado com sangue de boi e óleo de peixe.