quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Arte colonial de Ouro Preto

Um dos primeiros lugares do mundo a serem tombados pela Unesco como Patrimônio Histórico Mundial, Ouro Preto é dona de um dos maiores e mais importantes acervos da arquitetura e arte colonial do Brasil. Caminhar pelas suas íngremes e estreitas ladeiras --que ainda mantêm o calçamento original de pedras-- rende uma boa aula ao ar livre até para os mais desligados na história do país. É impossível passar despercebido, por exemplo, pelos casarões em que moraram o escultor Aleijadinho e os poetas inconfidentes Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga. Situada em uma região montanhosa e acidentada, Ouro Preto exige fôlego de seus visitantes. Os principais pontos turísticos da cidade, apesar de espalhados em diferentes distritos, não são muito distantes entre si. Por isso, a maneira mais fácil de conhecê-los é respirar fundo e encarar a pé as subidas e descidas que encontrar pelo caminho.
As igrejas são as principais atrações turísticas de Ouro Preto. Mais do que templos religiosos
, elas são verdadeiros templos da arte colonial do Brasil. Seus altares, quase sempre banhados a ouro, são exemplos clássicos do rococó, e suas esculturas, trabalhadas por importantes artistas da época, como Aleijadinho, são consideradas obras-primas do barroco brasileiro.

Arte no Brasil Colonial

Artesãos como o tirolês Johann Traer, influenciado pelo barroco europeu, fazem objetos e móveis sacros, em Belém (PA). A pintura jesuítica se inicia em 1587, com a chegada do frei Belchior Paulo, seguido depois por pintores jesuítas ou beneditinos encarregados de adornar as igrejas: Domingos da Conceição, Agostinho da Piedade e Agostinho de Jesus.

Holandeses - Com a invasão holandesa em 1637, chegam ao Recife pintores como Frans Post e Albert Eckhout, que influenciam artistas brasileiros como João dos Santos Simões. Com a intenção de documentar a fauna e a flora e as paisagens brasileiras, Eckhout e sobretudo Post realizam um trabalho de alta qualidade artística. Post, em suas paisagens, mostra senso de composição aprimorado ao captar a horizontalidade do relevo litorâneo brasileiro.

Frans Post (1612?-1680?), pintor holandês. Vem ao Brasil durante a dominação de Mauricio de Nassau, em Pernambuco. Permanece de 1637 a 1644, documentando paisagens e espécimes naturais do país. Esse período é a melhor fase de sua carreira. Influencia diversas gerações de paisagistas brasileiros.

Arte nas Minas Gerais

A mais famosa dessas "escolas", entretanto, é a escola mineira, extremamente valorizada pela sua originalidade.

O ciclo da mineração possibilitou a concentração de riquezas em Minas Gerais e a transformação de algumas cidades mineiras em verdadeiros centros urbanos da colônia.

A primeira pintura de teto em Minas Gerais é realizada por Antônio Rodrigues Belo, em 1755, na capela-mor da matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo. A partir de então Minas avança como ativo centro artístico nacional.

O estilo dos artistas mineiros de então era o barroco com forte presença do rococó, sem contudo deixar de lado as formas brasileira.

O escultor Aleijadinho, um dos principais nomes de nossa arte, talvez seja o nome mais conhecido dessa escola.

Na pintura destaca-se principalmente Manuel da Costa Ataíde. Outros pintores mineiros do período foram Manuel Rebelo e Souza e Bernardo Pires, João Nepomuceno Correia e Castro, entre outros.

Ainda no século XVIII, fora desses centros, destaca-se João de Deus Sepúlveda com sua pintura "São Pedro Abençoando o Mundo Católico", em Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos.

Em 1800 há a primeira iniciativa de ensino de arte no país com a Aula Pública de Desenho e Figura, no Rio de Janeiro e seu regente, Manuel de Oliveira.

A arte Regionalizada

No Século 18, a pintura tem maior desenvolvimento, principalmente devido à concentração de artistas em centros que então se desenvolviam, como Rio de Janeiro, Salvador e Vila Rica (atual Ouro Preto).

A partir de então pode-se falar em escolas distintas no país, como a fluminense, com pintores como José de Oliveira Rosa, Leandro Joaquim, com seus retratos e representações da cidade do Rio de Janeiro e Manuel da Cunha, com suas pinturas religiosas e retratos.

Ainda no Rio de Janeiro, em 1732, Caetano da Costa Coelho começa a realizar na Capela-Mor da Igreja da Ordem 3ª de São Francisco da Penitência aquela que seria a primeira pintura perspectivista do Brasil.

Em Salvador, na então escola baiana do Século 18, vivia-se a transição do barroco ao rococó e nela eram típicas principalmente pinturas de perspectiva ilusionista.

Destacam-se nesse período, José Joaquim da Rocha, como teto da Igreja de N. Senhora da Conceição da Praia, considerada uma das obras-primas da pintura barroca brasileira (1773).

Arte no Brasil Colônia

No Brasil colonial a arte em geral girava em torno da Igreja Católica e dos cultos religiosos.

É bem conhecida a presença, no Brasil, de religiosos europeus, como os jesuítas, franciscanos e beneditinos, os quais vieram ao país para catequizar seus habitantes.

Alguns deles tinham experiência em pintura, escultura e arquitetura, adquirida no velho continente. Foram eles os primeiros a realizar obras artísticas no país e a recrutar artesãos e artífices para a decoração de suas construções.

Os artistas do período costumavam ser auto-didatas ou então eram orientados por esses religiosos, nos moldes da tradição ibérica.

Com esse esforço, a pintura começa a aparecer nas construções nordestinas, principalmente em Salvador, cidade que era na época a sede do Governo.

Diferentes técnicas das Taipas

Elas podem ser feitas com técnicas diferentes:

A taipa de pilão, de origem árabe, consiste em comprimir a terra em formas de madeira, formando um caixão, onde o material a ser socado ia disposto em camadas de 15 cm aproximadamente. Essas camadas reduziam-se a metade após o piloamento. Quando a terra pilada atingia mais ou menos 2/3 da altura do taipal, eram nela introduzidas transversalmente, pequenos paus roliços envolvidos em folhas, geralmente de bananeiras, produzindo orifícios cilíndricos denominados cabodás que permitiam o ancoramento do taipal em nova posição. Essa técnica é usada para formar as paredes externas e nas internas estruturais, sobrecarregadas com pavimento superior ou com madeiramento do telhado.

A taipa de mão ou pau-a-pique que caracterizam-se por uma trama de paus verticais e horizontais, eqüidistantes, e alternadamente dispostos. Essa trama era fixada verticalmente na estrutura do edifício e tinha seus vãos preenchidos com barro, atirado por duas pessoas simultaneamente uma de cada lado. A taipa de mão geralmente é utilizada nas paredes internas da construção.

Taipa


Algumas das principais construções de taipas:

Muralha ao redor de Salvador, construída por Tomé de Sousa; Igreja Matriz de Cananéia; Vila inteira de São Vicente, destruída por um maremoto e reconstruída entre 1542 e 1545; Engenhos de cana-de-açúcar; e Casa da Companhia de Jesus, que deu origem à cidade de São Paulo.

TAIPA

Construção feita de varas, galhos, cipós entrelaçados e cobertos com barro. Para que o barro tivesse maior consistência a melhor resistência à chuva, ele era misturado com sangue de boi e óleo de peixe.