quarta-feira, 7 de outubro de 2009

As primeiras obras duráveis - capela da Casa da Torre de Garcia d' Ávila (1560-70), alguns fortes (Montserrat, 1585; Reis Magos, 1597) e casas jesuíticas (Olinda, 1575 e Rio de Janeiro, 1585) - fiéis aos protótipos lusos quinhentistas, dão lugar a obras mais elaboradas. Entre elas, a Sé de Olinda, 1590, e mosteiros de ordens mais ricas como a de São Bento, no Rio de Janeiro, obra do engenheiro Francisco Frias de Mesquita, 1617, e a igreja dos Jesuítas, atual Sé de Salvador, Bahia, 1657, cópia de uma igreja de Santarém. Estas edificações já assimilam técnicas da escultura negra e da arte nativa, com participação em suas construções de artistas locais, entre eles, o pintor Eusébio de Matos, irmão do poeta Gregório de Matos e autor da sacristia da Sé de Salvador. Só após o período de prosperidade mineira explode, na última década do séc. XVII, a verdadeira arte local. Ao Barroco Nordestino, ainda mal estudado e mais próximo da metrópole, sucede-se o Barroco Mineiro já personalizado, evoluindo para o Rococó no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Norte do país onde a época pombalina faz surgir os fortes de Macapá e Príncipe da Beira, em 1776. Como dizia Mário Chicó, é no Brasil que se encontra o mais autêntico barroco português, e a figura de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (estátuas de Congonhas do Campo, Minas Gerais, 1796-1805), é o primeiro grito de independência brasileiro, um fato sem paralelo no Oriente português.

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